Experiências e sentimentos dos imigrantes foram registrados em cartas.
Therese Stutzer, na época em que viveu no
Brasil, escreveu diversas cartas em língua alemã relatando as
experiências e os sentimentos dos imigrantes.
No trecho da carta para irmã,
Josephine, em 1886, ela relata: “Nós mulheres estamos completamente
ocupadas com as atividades domésticas e a costura. Durante a manhã, Emilie
leciona para as crianças em idade escolar e, há algum tempo, três outras moças
participam destas aulas. Assim, temos aqui uma pequena e divertida escolinha.
Minhas filhas mais velhas estão aprendendo a cozinhar e, como lavamos a roupa
semanalmente, e não é pouca que usamos, todas as manhãs estão ocupadas. No
entanto, ainda encontro tempo para costurar. Aqui é muito natural a
família ter 10-12 filhos, ou até mais. As crianças não precisam de sapatos, nem
de meias, basta uma blusinha e uma saia. Lá vem minha pequenina e vejo que ela
está descalça. Seu maior prazer é tirar as meias e os sapatos para andar
livremente. Todas as suas amiguinhas o fazem e Eva as imita. Mas, minha filha,
tu és uma menina alemã! Ela sacode a cabeça e lá se vai, e nós então precisamos
alcançá-la.”
Fonte: Fundação Cultural
de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Stutzer, Therese
(1841/1916) Marie Luise / Therese Stutzer; organização, tradução e introdução:
Valburga Huber. – Blumenau: Cultura em Movimento, 2002. 112p. II
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