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segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Memória Digital: Lindolf Bell



Poeta natural de Timbó faleceu há 20 anos, mas deixou de legado versos construídos.

Nesta segunda-feira, dia 10 de dezembro, há exatamente 20 anos, o homem que era maior do que seu sonho se calou, falecendo aos 60 anos. O ofício do poeta era redescobrir a palavra. Ainda adolescente, saiu de Timbó para a conquista do sucesso. Serviu ao Exército e declamou poemas, quase aos brados, nas ruas, praças e universidades em São Paulo. Assim estava deflagrada a “Catequese Poética”, o mais importante movimento poético no Brasil do pós-guerra. Lindolfo Bell deixou 13 obras publicadas, mais participações em antologias. Deixou para a eternidade um legado em versos e poesias. Na sua poesia intitulada “Legado” ele descreve:

Deixarei por herança

Não o poema

Mas o corpo no poema

Aberto aos quatro ventos

Pois todo poema

É verde e maduro,

Em areia movediça

de angústia, solidão

Onde me debato

Ainda que finja o contrário

Em busca da verdade

E seu chão

Deixarei por herança

Não o poema

Mas o corpo repartido

Na viagem inclusa

Pois todo o poema maduro

é um verde poema

E, mesmo acabado,

Estriba-se na inconclusão

Claro, sem esquecer,

O estratagema da paixão



(Fonte: Fundação Cultural de Blumenau / Arquivo Histórico José Ferreira da Silva / Fundo Memória da Cidade-Cultura-Literatura-Poetas-Lindolf Bell – cla: 9.8.12.2 / Lindolf Bell)

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